Pensei em te dizer hoje, mas
esqueci. Eu vi no céu uma briga de unicórnios,
foi muito séria, diga-se de passagem. Se fosse contar para você, meu semblante
seria de assustada e provavelmente você me acharia louca, mas eles estavam alvoraçados,
batendo os pequenos chifres, não tinha como eu não ficar nervosa. Não sei se você sabe, mas o unicórnio é um ser
puro, não se vê uma coisa assim há séculos, era de se esperar meu desespero. O
infinito tem o unicórnio como animal de estimação, às vezes penso que o animal
seja o infinito, enfim. Briga de
filhotes dos deuses, o que será que houve? Consultei e descobri que eram nossos
pensamentos. Sim, como não? Nossas cabeças ficam inundadas de historias malvadas,
pensamentos negativos, achando que não vai dar certo alguma coisa. Mas nossos corações
estão tão puros, nossos unicórnios. Devemos deixar o unicórnio seguir com a
natureza dele, recheado de esperança em coisas boas, jogar toda negatividade
para fora. Dá medo, não temos como negar, mas temos que assoprar até ele se
desmanchar, como uma nuvem.
As vezes a felicidade vem de um
jeito que o sorriso rasga na cara e as lágrimas saem sem querer do rosto,
saltitantes.
A gente sabe o que nos faz feliz,
e tem felicidades que só depende dá gente, do nosso comprometimento em correr atrás,
de não desistir.
A ansiedade por essa felicidade é
sofrida, queremos logo. Mas paciência é fundamental.
Sabemos que alcançamos o ápice da
alegria, (nem que seja dessa alegria, dessa madrugada, ou dessas duas horinhas)
é um sentimento de desejo realizado. Sentimos o coração sair
pela boca.
Ouvir a resposta do corpo
estimuladas pela alegria é a melhor sensação do mundo, da vontade de gritar.
Tem dias que nem abrimos o olho e
já enfrentamos o primeiro dragão, são pesadelo dos bichinhos que não podemos
matar no dia que se passou. Às vezes é preciso andar mesmo de armadura e você é
taxada de grossa, de bruta e agressiva. Mas o que fazer quando a sua prática
rotineira é recheada de demônios? Quando se lida com dragões e não com filhotes
manhosos é preciso agir como eles, é necessário enfrentar e usar o ataque como
melhor defesa, pois quando recuo me encho de medo e o bicho sabe, então ele me
apavora ainda mais. É tão cansativo que dá vontade de fingir que não existe o
ataque, mas aí seria fingir que não existo.